Olho de baixo, a imensa escadaria
A grossa corrente quase tocando o céu
O gélido vento que dança entre as brumas
Nuvens espessas tocando nosso hálito
Nada mais será como foi...
Homens urbanos num ambiente inóspito
Sobreviver acima do dever num rumo incerto
A linguagem perdida de um novo mundo
E corpos se abrem ao desconhecido
O suor quase congelando os semblantes
Os pensamentos dissipados nas gotículas
A imensidão em retrato celeste
Os músculos láticos tremulando verbalizam
Na dialética lasciva, rocha torna-se amante
Céu e montanha em dicotomia perfeita
Gritando atemporal em tonitruante silêncio
E o vento que aos ouvidos balbucia
Traça as trilhas dos ousados altiplanos
Reescreve pergaminhos invisíveis
E decifram os que vencem sobre as pedras
E aqueles que degustam todo o vento
Afagam a face doce da montanha
Que na dualidade suprema transitam
De bondosa Gaia à Hécate cruel
Se eu recitasse tal poema, poucos entenderiam
Apenas aqueles que grudados ao paredão
Encontram acalento nos pegos vertiginosos
E pavor sentem do leito e da prostração
Agora descanso, mas o sonho não me abandona
Nem as pedras incrustadas sobre a mente
Os meus dedos tateiam frestas de lembranças
Das futuras rochas que ansiosas me aguardam
Não escondo do mundo a minha paixão
Para os loucos, rótulos são comuns
Mas cercado estou de uma celeste tribo
Que levitam muito além do mero chão!
Edson Pereira
Rio de Janeiro – RJ, 27/07/2010
Quero poder recita-lo algum dia e vou convida-lo para do alto de algum trapézio dançar comigo os seus versos e mesmo com medo de altura que tenho, me entregarei em suas mãos poeta, me lançando de olhos fechados para um vôou apaixonante!
ResponderExcluirMuito bom te ler.