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Uma vez me perguntaram: “Os precipícios não o amedrontam?...” Respondi com outra pergunta: “O que sente quando vê um falcão em vôo?...” Ele respondeu: “Paz e plenitude!” Os seres alados jamais se amedrontam com as montanhas, paredões ou precipícios... tudo faz parte da sua trilha, do crepúsculo da alvorada ao poente... do dégradé do início da noite à poeira de estrelas da madrugada. Dizem que homens não podem voar... que o vôo é atributo dos pássaros. Provaremos aqui, em cada linha, que só não voa quem se elegeu eternamente ao patamar das lagartas... Este espaço, não é um convite ao vôo, mas o azimute para que encontre sua crisálida, para que vença o medo da escuridão e mergulhe nela. E no desvendar de si mesmo, possa então estilhaçar casulos e galgar os píncaros distantes da perfeição do próprio vôo. (2/04/2009)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Canção do Amor


Não acabará jamais o amor,
Nem as feridas rasgadas nas entranhas,
Nem o tempo que esvai as belezas,
Nem o azimute das rosas dos ventos,
Tampouco a foice do temido Hades...

E a prova pensada no manto do tempo
Dispensa a pena do sagrado Ícaro
Bailando nas nuvens das sombras de Creta
Solene levanta seu canto estridente
E a estrofe minha que emprega mil dedos

Audaz violenta os choros da noite
Despertam em auroras sorrisos celestes
Tal qual querubins em harpas sublimes
E tonitruante grito aos céus se resvala
Ao raio inciso no arco do tempo
E ao músculo pulsante indômito instaura

E os átrios compassos em ritmos fortes
Comprimem semblantes em plácidas faces
Que disfarçam firme a dura saudade,
Do tempo que esmaga
E a distância que espreme

Verdades caminham de mãos com o tempo
Te adorando muito além deste século
E o presente insano alheio a distâncias
Agita bandeiras de sorrisos plenos
Morrendo em ausências nas lânguidas faces

E os corpos que anseiam volúpias de toques
Serrilham seus dentes travando vontades
Num canto em gemido uivando pra lua
Lobos acorrentam seu siso do instinto
Parados no oceano em berg’s de gelo

E orvalho de orgasmos aguardam sublimes
A canção das flores que a vera fecunda
Qual suculenta pêra areada e doce
Olfatos de rosas flutuam no ambiente
E o vulcão extinto na espera da chama

Erige voraz o arcabouço do espaço
E fogo brilhante lançado à distância
Demarca o terreno dos pegos distantes
E ampulheta rígida parada no tempo
Quebrada espalha a poeira brilhante

E o brilho distante formado de brumas
Ao chão se contorna em corpos e suores
Em toques e lábios, em cheiros e gostos,
Em gritos tão loucos sem Freud nem Jung
Sufocam superegos e motivam Id’s

Que pairam insanos acima dos sonhos
Tangível no corpo mas por ele negado
Amar não permitem diletante estarem
Pois sofrível é a vida pra o mundo dos sanos
Que não se permite desejos viver

Nem corpos tocar, nem beijos sorver,
Nem olhos mirar, nem cheiros sentir...
Por isso sou louco, insano poeta
Que deseja fadas além das mulheres
Flutuam no espaço e tomam seu sexo

Não temem desejos nem frustram distâncias
Bailando em estrelas que o céu não comporta
Mergulham em querências como elas não o fazem
Flutuam nas matas, deslizam no’espaço
E lá se deleitam com as flautas dos faunos.

Edson Pereira
Santarém – PA, 22/11/2009

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