Quem sou eu

Minha foto
Uma vez me perguntaram: “Os precipícios não o amedrontam?...” Respondi com outra pergunta: “O que sente quando vê um falcão em vôo?...” Ele respondeu: “Paz e plenitude!” Os seres alados jamais se amedrontam com as montanhas, paredões ou precipícios... tudo faz parte da sua trilha, do crepúsculo da alvorada ao poente... do dégradé do início da noite à poeira de estrelas da madrugada. Dizem que homens não podem voar... que o vôo é atributo dos pássaros. Provaremos aqui, em cada linha, que só não voa quem se elegeu eternamente ao patamar das lagartas... Este espaço, não é um convite ao vôo, mas o azimute para que encontre sua crisálida, para que vença o medo da escuridão e mergulhe nela. E no desvendar de si mesmo, possa então estilhaçar casulos e galgar os píncaros distantes da perfeição do próprio vôo. (2/04/2009)

domingo, 23 de setembro de 2012

Musa D’Amplidão


Que o ulular do vento
Em sua melodia lúgubre no eco dos montes
Tangenciem a busca da tua presença
Dispersada nas brumas do Cronos cruel
Entre as areias da ampulheta do passado
E o infame ponteiro giratório do presente

Na liberdade que as asas me empresta
Que derramar venha sobre minha retina toda lembrança proibida
E na minha laringe o divagar dos aromas perdidos no tempo
A astúcia dos meus dedos encrostados nas rochas de quartzo
Se precipitando no objetivo íngreme do topo audaz
Como o olhar ansioso pelo lábio inerte que espera a ação

E a fotografia mental da montanha em movimento
Reverbere na alma a geografia das tuas curvas 
No arfar da taquicardia do meu “EU” escalador diletante
Que mais ama a aspereza da pedra que a suavidade do vento
E mais a ação da ascensão que a própria liberdade
No orgasmo pleno e inexplicável da conquista do cume

E lá, num momento de completude, tendo as nuvens aos meus pés
Um momento de utopia transformam os antagônicos sol e lua
Trazendo-os do leste e oeste ao perscrutar de um olhar celeste
Como se a musa dos espaços minha’lma penetrasse
Nos eternos segundo que vão do florescer ao fenecer
Como o filme da vida projetado n’amplidão.

Edson Pereira
Salvador, 20/09/2012



Nenhum comentário:

Postar um comentário