Amplia minha sublime audição
Pro falsete em sussurro das aladas fadas
E das ondinas aguardando a partida no cais
Em navios que brilham no fundo do mar
E a visão que vislumbra o infinito universo
Como barcos perdidos em muitas marés
Na tonitruante agonia dos estampidos nos céus
Entre o brilhante garfo de Netuno
E a imperscrutável escuridão de Hades
Roubo das cegas moiras o colar de conchas
Ornado especialmente pra ti nas teias da vida
E navego ousado no Saara da ampulheta de Cronos
Desafiando de Zeus gregos a Odins nórdicos
Pelo prêmio da tua mão entre as múltiplas vidas
Lançando meu tarot ao vento e às brumas
As cartas se movem no destino do carro
Entre sombras e luas o mundo peleja
Espadas e escudos tilintam no ar
No digladiar silente entre amor e inveja
Não importa quem vence, a roda não para
Atemporal e impessoal como o tempo
Cruel e quase sádica como Hécate
Quem tem pena do Bruxo que soltou o corvo?!...
Se enfeitiçou o pássaro que não tema o bico...
Asas de bumerangue farfalham nos ares
O olhar mira a ida gargalhando
A nuca não espera a volta chorando, rangendo dentes
E se contorcendo no labirinto do fauno
Incólume a Roda da Fortuna ensaia novo jogo...
Edson Pereira
Salvador, 06.10.2012
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