
Sou uma sombra!
Venho de outras eras,
Polinizado em estranhas reentrâncias,
Procedo da escuridão do Cósmico segredo,
Da substância de todas as substâncias!
Não sou negro, traçado de genes africanos;
Muito menos branco, genótipo do hibridismo europeu;
Não sou oriental, asiático de olhos esticados;
Nem índio, de pele morena e corpo delgado;
Tampouco sou mongol, das tribos geladas do sul.
Sou o arco-íris dos povos
Miscigenação poliétnica de traçados abstratos
Quase vangoghianos
Sou negro de olhos azuis,
Loiro de pele morena,
Branco de cabelos duros
Sou a metamorfose na osmose de todas as raças
Estou acima do preconceito da razão e da lógica
Na simbiose de todos os mundos
Sou deus sol vestido de mera criatura
Estou no sorriso de todos os anjos
E no desespero de todos os demônios
Sou a raça do Brasil!
Edson Pereira
2002
Portanto, não me venham impor sua falsa cor,
me chamando de negro sujo, branco nojento, amarelo sem sal...
não me tragam suas camisas com 100% de negritude
ou me ofusquem com oxigenadas que mimetizam raças.
Porque não se pode separar o que o universo uniu,
nosso sangue multicor.
Adaptação para a semana do Negro em 2004
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