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Uma vez me perguntaram: “Os precipícios não o amedrontam?...” Respondi com outra pergunta: “O que sente quando vê um falcão em vôo?...” Ele respondeu: “Paz e plenitude!” Os seres alados jamais se amedrontam com as montanhas, paredões ou precipícios... tudo faz parte da sua trilha, do crepúsculo da alvorada ao poente... do dégradé do início da noite à poeira de estrelas da madrugada. Dizem que homens não podem voar... que o vôo é atributo dos pássaros. Provaremos aqui, em cada linha, que só não voa quem se elegeu eternamente ao patamar das lagartas... Este espaço, não é um convite ao vôo, mas o azimute para que encontre sua crisálida, para que vença o medo da escuridão e mergulhe nela. E no desvendar de si mesmo, possa então estilhaçar casulos e galgar os píncaros distantes da perfeição do próprio vôo. (2/04/2009)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Dualidade Antagônica


Raciocínio, mecanismo dedutório e lógico
Construção concreta de fundamento linear
Um parâmetro palpável para o cético
Um momento de rigidez para o místico
A moldura do quadro do pintor
Os cadarços das sapatilhas da bailarina

Mas quando o pensamento ganha formas
O lógico e o concreto se dilatam em surrealismo
O linear em tridimensional
O palpável, fluídico e abstrato se torna
E de lúgubre rígido, flexível se converte
Dando profundidade e dégradé
À estática moldura
E cadarços e sapatilhas, ganham flutuabilidade
Na inexplicabilidade dum mágico bailar

E que grades pode haver
Na liberdade do pensamento humano
Quando cede asas à imaginação?
Das penas esvoaçantes do “ícaro” à liberdade dos “Prometeus”
Vôos vertiginosos que produzem a emoção
Que o retrato jamais proporcionará
Pois não trarão consigo a linguagem dos ventos
A dilatação das penas e a taquicardia do coração

Mas um raciocínio lógico
Que converte em paisagem
Algo que nunca alcançará no élan do pensamento
Que toca, cheira, sente e vê...
Muito além dos olhos da matéria


Quem pensa, não simplesmente existe...
Flutua por terras longínquas e inimagináveis
E está além do tempo e do espaço
Enquanto o raciocínio sobrevive
Aos traços marcados pela sua própria lógica
Traçando caminhos e demarcando
Os limites internos da sua circunscrição.

Edson Pereira
19.09.2005

2 comentários:

  1. Ah!! como vc brinca com as palavras...fazendo um verdadeiro “tear”.
    O que dizer? Só que vc é iluminado!
    Obrigada pela oferenda!!
    Vou usar, posso???
    Bjs

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  2. O que me conforta é que cada um de nós é "100%"... Pois somos indivíduos "unos"... mas estamos agregados ao todo!!! Lindo o seu poema... Uma melodia em minha alma!!!

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