
Para ti, a quem se assemelha
O homem pálido e estático
Rígido e rústico
Tal qual estátua de mármore
Petrificada a buscar os céus?...
E quem senão Prometeu
Ladrão do fogo divino
Poderia se apiedar de tão ínfimos seres
Deixando sua dor na eternidade
Do Cáucaso sangrento
E por que esperar que estátuas
Ganhem vida e movimento
E de alva rocha
Pele rubra, pedra possa se fazer?...
Como se transgressores atemporais
Pudessem ganhar o perdão dos deuses
E o reconhecimento dos ingratos mortais
Na traiçoeira tirania do anonimato
Os heróis morrem nas batalhas
Pois homens não são
E incorruptíveis têm seu coração
Feito de dores e sorrisos
E juventude eterna de espírito
Aos covardes resta a pseudo honra
De esconder-se na busca do prêmio da vida
E na fecunda velhice sombria e solitária
Que umedece travesseiros angustiados
Pelo que não foi conquistado...
Asas de abutre rasgando pele
E sangrando a opressão
Erguem os braços em vitória
Os “Prometeus” da nossa história
Com jovialidade imortal
Sorrisos ganham forma
No infinito tempo iluminando o sol
E por meros instantes
Meu olhar surrealista vislumbra
Centenas de estátuas do mais branco mármore
Bailando graciosamente no horizonte
Como se o humano pudesse transpor a ponte
Entre o divino e o real
De braços abertos
Asas rompendo pedras ganham a imensidão
Num mágico revoar
Minha percepção descortina o véu:
Os homens de mármore
Presos não estão ao Cáucaso
Como pensam os covardes...
Mas voando, Incólumes do mundo
Tal qual borboletas
Que abandonam as cascas
Para poderem alçar vôos mais ousados.
Edson Pereira
09/02/05
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