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Uma vez me perguntaram: “Os precipícios não o amedrontam?...” Respondi com outra pergunta: “O que sente quando vê um falcão em vôo?...” Ele respondeu: “Paz e plenitude!” Os seres alados jamais se amedrontam com as montanhas, paredões ou precipícios... tudo faz parte da sua trilha, do crepúsculo da alvorada ao poente... do dégradé do início da noite à poeira de estrelas da madrugada. Dizem que homens não podem voar... que o vôo é atributo dos pássaros. Provaremos aqui, em cada linha, que só não voa quem se elegeu eternamente ao patamar das lagartas... Este espaço, não é um convite ao vôo, mas o azimute para que encontre sua crisálida, para que vença o medo da escuridão e mergulhe nela. E no desvendar de si mesmo, possa então estilhaçar casulos e galgar os píncaros distantes da perfeição do próprio vôo. (2/04/2009)

sábado, 11 de abril de 2009

Homens de Mármore


Para ti, a quem se assemelha
O homem pálido e estático
Rígido e rústico
Tal qual estátua de mármore
Petrificada a buscar os céus?...

E quem senão Prometeu
Ladrão do fogo divino
Poderia se apiedar de tão ínfimos seres
Deixando sua dor na eternidade
Do Cáucaso sangrento

E por que esperar que estátuas
Ganhem vida e movimento
E de alva rocha
Pele rubra, pedra possa se fazer?...

Como se transgressores atemporais
Pudessem ganhar o perdão dos deuses
E o reconhecimento dos ingratos mortais
Na traiçoeira tirania do anonimato

Os heróis morrem nas batalhas
Pois homens não são
E incorruptíveis têm seu coração
Feito de dores e sorrisos
E juventude eterna de espírito

Aos covardes resta a pseudo honra
De esconder-se na busca do prêmio da vida
E na fecunda velhice sombria e solitária
Que umedece travesseiros angustiados
Pelo que não foi conquistado...

Asas de abutre rasgando pele
E sangrando a opressão
Erguem os braços em vitória
Os “Prometeus” da nossa história
Com jovialidade imortal
Sorrisos ganham forma
No infinito tempo iluminando o sol

E por meros instantes
Meu olhar surrealista vislumbra
Centenas de estátuas do mais branco mármore
Bailando graciosamente no horizonte
Como se o humano pudesse transpor a ponte
Entre o divino e o real

De braços abertos
Asas rompendo pedras ganham a imensidão
Num mágico revoar
Minha percepção descortina o véu:
Os homens de mármore
Presos não estão ao Cáucaso
Como pensam os covardes...

Mas voando, Incólumes do mundo
Tal qual borboletas
Que abandonam as cascas
Para poderem alçar vôos mais ousados.

Edson Pereira
09/02/05

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