
Muitos se sentem impotentes
Para mover as engrenagens
Deste mundo quase atrofiado
De ideais dignos
E estes cirros nos céus
Que a metamorfose cria
Ante olhar intrigado
Namplitude azul roial
Em turbilhões de pensamentos
Enquanto as traças dormem
Poetas escalam montanhas
Na superação dos ousados
Em busca de asas
Perdidas em casulos
Finas teias constroem homens
Na idiossincrasia dos inocentes
Planando inconscientemente
Em céu diferente do convencional
Um mero pé de feijão
Pode enramar-se pelo rígido carvalho
E atingir às nuvens
Antes que o pretensioso galho mais alto
Da descomunal árvore
Ouse blasfemar opulência
As asas dos cavalos selvagens
São mais valiosas
Que o invisível chifre dos unicórnios
Pois as misérias humanas e a fome
Jamais lhes servirão de comparação
Numa escolha entre
O marasmo do conforto
E a privação dos ousados
Enquanto a areia
Da ampulheta do tempo
Escorre fatídica,
Estátuas e pássaros
Trilham caminhos antagônicos
No presente construtor de mundos.
Edson Pereira
20.06.2004
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