
Um dia sonhei que podia voar
E a invencibilidade me presenteou
Com as asas do impossível
Me vesti de pétalas e perfumes
No planar dos aromas que perscrutam olfatos
Me lancei aos pegos
como se dos precipícios
pudesse tirar o dom de voar
em rasantes pelos arrebóis da vida
E dentre tantas flores
Apenas uma não feneceu
E arriscou lançar-se aos ares
Com o arrojo dos heróis
Que não tombaram nas batalhas
Pois sempre nunca se sentem impotentes
E no galopar de mil patas
O farfalhar de flâmulas em frangalhos
Não tira a glória de peitos bravos
Nem as feridas da peleja
E as penúrias do longínquo trajeto
Jamais apagarão dos olhares brilhantes
E vibrantes a paixão em forma de luz
Por isso digo que vale a pena voar
Mesmo que sem asas
Porque somente os que se impelem aos abismos
Desconhecendo o poder imprevisível dos imortais
Podem conhecer o abraço dos ventos
E somente os que se arriscam
Experimentam o dom dos deuses
Edson Pereira
Salvador-BA - 22.03.03
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