
Não é, para o poeta, a aparente beleza,
A paz, a luz e a imediata harmonia
A essência da sua dialética astral
E da materialidade dos seus pensamentos
Transformados em versos...
O antagônico também em beleza se mimetiza,
Um Satanás que em anjo da arte se transforma,
Ou o maldito que se converte no bendito recitar...
O Fruto letal e proibido, desejado e fluídico passa a ser,
O Indefinido inspira as profundas paixões...
De dor infinita, arte em línguas se converge,
Bocas, gestos e silenciosa melodia.
Como a natureza morta ou o cubismo para a pintura,
Ou a queda, transformada num movimento harmônico do balet,
O erro, improviso mágico do ator...
As notas oitavadas de um violão ou o rasgar do violino...
Tudo, tudo, tudo!... plenitudes...
Orgasmos opostos da cega incompreensão
Refletidos no espelho da dualidade inversa
Navegados por poucos na ousada canoa
Que transitam calmamente entre o maremoto
da sutil e tênue percepção
Os ousados, ostentam o símbolo mágico
Do yin yang brilhando no pescoço e na mente,
Invisível o é para todos que só enxergam
Apenas o negro ou o branco,
O ilusório bonito ou o feio,
A linguagem culta e o senso comum
Da montanha mágica da beleza,
uma única trilha se pode seguir.
Perceber impossível é, que transitamos entre duas pernas,
Envolvemos num único abraço, entre dois braços,
Pensamos, com dois hemisférios cerebrais,
Enxergamos, com dois olhos,
Mas resumimos tudo isso e muito mais...
Através de uma única boca...
E que simbologia melhor
A anatomia e fisiologia humana nos pontuar poderiam
Ampliando nossa visão e nos transformando
Na unidade supremas, representada pela esfera oriental
Da luz e da sombra que refletem um único brilho
A sensibilidade...
Edson Pereira
Salvador-BA – 18/07/2008
Será que existe algo mais a comentar???
ResponderExcluirMenino que poema transcedental e místico, beleza em cada palavra e sensibilidade a cada verso...!
O universo sempre vai conspirar se quiseres...