
E por que acreditar que homens podem voar?
Nem bem chegaram e donos são da pretensão
E o sonhar proibido tornaram
Em gritos tonitruantes que ecoam em longos brados
Tornando o simples algo complexo
Como lagartas aprisionadas ao cotidiano
Sentam... ouvem... balbuciam...
Palavras soltas sem significado
Apenas um olhar e um sorriso
Iluminaram mundos inexplicavelmente
Como se pudessem lembrar
Quem cedeu a mão de apoio nos primeiros passos
“Mas isso não importa!” Exclama o sorriso.
“Lembro-me bem do primeiro vôo
E da preamar da plenitude
Que loucamente há tanto fugi
De coisas que sempre ansiei fazer.”
Medo teve de abrir as asas
Como também o pássaro
De encarar lábios e olhos tão convidativos
E quem mais medo experimentou?
O homem temendo os ares,
Ou o pássaro apavorado com a paixão?
Tão audaz resposta incapaz seria de revelar
Pois o enigmático sorriso com suas palavras sem verbo
Num alucinante eco mental reverbera
Transformando complexidade em simplicidade,
Medo em ousadia, apatia em possibilidade
Como se a força das mariposas nuas
Pudesse ressuscitar a imaginação.
A distância está intimamente ligada
Ao fio da lembrança
Que desafia a ampulheta do tempo
E a pseudo-amplitude do espaço
Unindo utopicamente aquilo que não pode se tocar
E por que não tocar?
Se o instinto faz parte da raça humana
Nos impelindo a viver em vez de
Se arrepender de não ter bem vivido
Afinal...
Por que acreditar que homens não podem voar?
Edson Pereira
Salvador-BA – 24/05/2004
Apaixonei-me incondicionalmente por tuas palavras...
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