Quem sou eu

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Uma vez me perguntaram: “Os precipícios não o amedrontam?...” Respondi com outra pergunta: “O que sente quando vê um falcão em vôo?...” Ele respondeu: “Paz e plenitude!” Os seres alados jamais se amedrontam com as montanhas, paredões ou precipícios... tudo faz parte da sua trilha, do crepúsculo da alvorada ao poente... do dégradé do início da noite à poeira de estrelas da madrugada. Dizem que homens não podem voar... que o vôo é atributo dos pássaros. Provaremos aqui, em cada linha, que só não voa quem se elegeu eternamente ao patamar das lagartas... Este espaço, não é um convite ao vôo, mas o azimute para que encontre sua crisálida, para que vença o medo da escuridão e mergulhe nela. E no desvendar de si mesmo, possa então estilhaçar casulos e galgar os píncaros distantes da perfeição do próprio vôo. (2/04/2009)

sábado, 26 de dezembro de 2009

REALIDADE DA UTOPIA

Que busco eu, homem do ar ?
Cavalgando no meu corcel de oito patas
Arrancando lascas de fogo dos céus
Como se o próprio Odin
Me desse a benção dos deuses para sonhar

Que fazes tu, neste mundo de fadas ?
Sorrindo com lábios convidativos
À tua doce saliva entre eternas maçãs

Que fazemos nós, olhando nos olhos um do outro ?
Digladiando-nos na incógnita vazia e silenciosa de ais
Enfrentando o turbilhão dos complexos
Que pulam do inconsciente de superegos imbecis

Que fazem os anjos chorando lágrimas de estrelas cadentes ?
Dizendo: amem-se ardentemente
pois não podemos amar com tamanha simbiose
nem nos tornar deuses como vós
Enquanto os demônios retorcem-se nos abismos sombrios
Confabulando os covardes, tramam idéias
Temem os deuses homens sedentos de amor
Pois poder maior não pode existir

E os exilam no recôndito mais profundo
Desagregando a simbiose em dois mundos antagônicos
Banindo o homem lua com suas muitas faces
A vagar pelas noites sobre quatro patas
Chorando em uivo estridente pela dor dilacerante e sem ferida
À mulher deram o calor e os raios do sol que penetram em toda parte
Menos na noite, onde se esconde quem ela mais deseja
Embora como águia solar voe por toda parte com a infinita liberdade
Tamanho cárcere não poderia haver
Nem cruelantes correntes poderiam maiores penúrias gerar

Mas tamanho foi o sentimento que varou a imensidão dos céus
E astutos, os anjos enfeitaram os crepúsculos de harmonia e beleza
E aos proibidos de amar, segundos se tornaram infinito
E a placidez azul do céu, tornou-se de um vermelho dourado de paixão
Entre corpos viris, suores, mãos e línguas criativas
E os uivos tornaram-se gemidos, e das asas
Brotaram espasmódicas contorções orgásmicas

E os andróginos anjos por milésimos de segundos tornaram-se amor
Enquanto os demônios dilaceraram-se de uma infinita dor e ódio
E o tempo deixou de ser tempo...
E a vida deixou de ser vida, e passou à condição etérea de eternidade
E o sonho se tornou real...
No meu próprio sonho.

Edson Pereira
Wagner-BA – 20/11/1998

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